quarta-feira, 24 de junho de 2015

As marcas na minha mão...são...

Quem nunca disse um adeus? Quem nunca sentiu
O peito contorcer-se em espasmos doloridos
Como se o respirar fosse um sacrifício e não chorar
Fosse impossível? Quem nunca sentiu um adeus
Doer na carne e o silêncio, num mórbido existir,
Gritar para que os olhos  falem pela alma?
E as lágrimas, tal palavras eloquentes mas  mudas, 
Blasfemem a dor que só quem ama e perdeu 
Sabe sentir e chorar.  Quem calou um ai
Quando a carência da perda se fez tristeza
E a solidão, senhora dos amantes de amores
Perdidos, se fez dona do tempo e dos pensamentos?
Matou os sonhos, encheu a vida de lembranças
Que, quando buscadas, só fazem chegar o pranto?
Quem nunca descansou a fronte entre mãos trêmulas
Cabisbaixo, olhar fixo no chão sem nada ver
Porque os olhos só sabiam fazer lágrimas?
Quem nunca cravou as unhas na palma da mão
Como fosse um desesperado e silencioso grito
Da alma dizendo: Não é preciso ser feliz
Para viver.Quem nunca fez isso...não sei...
Mas minhas mãos têm essa marca

José João
23/06/2.015


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