As vezes me vem uma saudade descabida,
Prantos, angustias que não não sei dizer...
Só sei sentir. Um vazio me chega aos gritos,
Como se a dor tivesse voz e se repetisse
Em desvairado eco que vai gritando ao tempo
O que não queria ouvir nem dizer, e vai...
Como se fosse minha alma contando segredos
Que não pode mais guardar, num desesperado
Contar ao mundo a tristeza que sente e chora.
Num vagar, entre o nada e a solidão, vão os sonhos,
Se perdendo, se fazendo pedaços de momentos
Que não se apagaram, que o tempo não conseguiu
Fazer esquecer e, mesmo incompletos, trazem
Prantos, tantos que o chorar se faz viver
Como se viver fosse apenas estar em qualquer lugar.
As vezes essa saudade vem fingido ser saudade,
Mas na verdade... é apenas dor que sinto.
José João
28/04/2.018