quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Por força do silêncio

Silêncio! Tão intenso que se faz denso,
Mórbido, tanto que parece engolir
O tempo com avidez, enche a casa de vazios,
De angustias, de ausências que até a saudade,
Vindo de longe, se recusa chegar, fica na soleira,
Espiando assustada, com medo de entrar,
Os pensamentos se atropelam num tormentoso ir,
O sonhos fogem correndo em histérica algazarra
Como se nenhum quisesse ficar por último
E fazer-se vítima de um mero esquecer
Que a solidão, em prodigioso existir, faz de sonhos,
Vontades, até momentos vividos, apenas pedaços
De vida completos de tristezas, dessas que o silêncio,
Até mesmo dentro da alma, onde o vazio
É preenchido pela dor de um adeus 
Fará sempre dor... jamais chegará a ser saudade.
Tudo se faz lágrimas, até os momentos,
Que antes se enfeitavam de risos, hoje, coitados,
Se prendem no tempo como pequenos detalhes
Que nem de lembranças de fazem mais.

José João
07/08/2.017


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