sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Gorjeando prantos

A mim só me restou um canto triste
Como fosse um gorjeio sofrido
De um pássaro que moribundo
Chorava não mais poder voar,
Quebraram-lhe as assas, mataram-lhe
Os sonhos e o céu... onde tão perto chegou
Em volteios soltos, alegres, sem rumo,
Se fez agora distante mundo, beleza triste
Que não mais pode alcançar.
Qual pássaro no chão caído, gorjeando
Prantos tão doloridos, se fez a alma,
Lhe arrancaram os sonhos,
Lhe calaram os pensamentos, 
Estes, que como asas lhes permitiam, ir...
Ao longe, em distantes horizontes, 
Fazendo rotas para poder chegar
Onde lhe seria o céu, um coração,
Que em inocente cio pudesse amar.
Qual triste pássaro, coitado, 
Agora assim... tão distante do céu, 
Se parece com minha alma
Tendo os sonhos indo sem rumo, 
Quase mortos... perdidos... ao léu


José João
23/12/2.016


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