sábado, 21 de maio de 2016

Eu, nas noites

As vezes, nas noites, na sombria escuridão,
Quando me perco no vazio do  tempo e de mim,
Quando minhas mãos tateiam perdidas no nada
Como se procurassem, em vã tentativa, um carinho,
Vem a solidão, num silencioso chegar, e lhes toma,
No que sinto um terno afagar, tanto é a carência! 
Aí vêm as lágrimas, lentamente passeando pelo rosto,
Suaves e gentis como se fossem sutis carícias.
Fecho os olhos, para dentro da escuridão te ver...
E te vejo... e sufocado pelos soluços, pelos suspiros
Murmuro teu nome, te faço confissões dementes
E a alma, em desespero, grita tão alto quanto 
Pode permitir o silencio: Te amo. A saudade...
Ao ouvir tão desesperado apelo, se apressa
Em trazer momentos distantes, sonhos vividos,
Beijos acontecidos que só fazem aumentar a dor.
E a noite, a solidão. a saudade, a carência
Essa desesperada falta de ti, essas lágrimas...
Se confundem comigo, se fazem ... eu.

José João
21/05/2.016

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