sexta-feira, 25 de setembro de 2015

...se existisse metade de dor, de tristezas, de...

Não sei em quantas metades se dividem a dor,
A saudade, os medos, as angustias, e todas as tristezas,
Ou se elas são todas inteiras e completas em cada adeus,
Em cada vontade indefinida de ir ou de ficar por não saber
Onde o sofrimento será menor, suportável, sufoque menos
E se faça estrada perdida dentro do vazio que se sente.
Se todas elas se dividissem em pedaços, em metades
Que fossem, seria menor a tentação de gritar blasfêmias,
De desesperar-se, de se fazer restos, escombros caídos
De joelhos entre os sentimentos pelos quais chorar
Se faz oração que se reza com dor e sem nenhuma fé.
Quem dera cada adeus fosse apenas um pedaço de dor,
Um pedaço de saudade, de tristeza, do medo que se sente
Quando se está só...quem dera! Mas em cada adeus,
Em cada perda...dor, saudade angustias, tristezas, se fazem
Inteiras, completas, como se quisessem ser infintas
Enquanto vivemos, como se quisessem se fazer eternas
A cada instante que se olha dentro de nós e choramos
Porque tudo passou e só as lembranças ficaram
Como restos de histórias para uma alma que, de joelhos,
Inventa orações buscando nelas, em vão, consolo
Para as tantas dores que sente.

José João
25/09/2.015



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