terça-feira, 29 de julho de 2014

Um dia de tristeza

As flores caídas no jardim pareciam lágrimas do tempo,
As folhas rolando ao vento pareciam sonhos indo embora,
Como se nada mais fossem, talvez apenas ...restos.
A tímida canção que a brisa cantava, parecia um lamento,
Um canto de saudade, cheio de notas soltas, desconhecidas,
Pareciam lamentos que o coração chorava baixinho.
Uma canção distante, triste, quase sem poder ser ouvida
Fazia o pensamento correr de pressa, buscando palavras
Para fazer versos, não precisava serem belos, nem rimados,
Bastava apenas que falassem o que, lá na alma, se fazia
Prantos, não esses chorados pelos olhos, esses são apenas
Prantos, mas os derramados pela alma, esses sim...
São dores que ela não consegue mais conter e...chora.
Os olhos, cheios de saudade, corriam no horizonte
Fazendo caminhos invisíveis, sem margens ...sem cor,
E o eco dos silenciosos passos do pensamento...
Ecoava na alma cabisbaixa sem saber mais o que ouvir,
Porque a dor lhe tomava os sentidos, e uma ausência
Se fez tão sentida que encheu todo o vazio de...solidão


José João
29/07/2.014



sábado, 26 de julho de 2014

Um nome e um sonho

As vezes o tempo me vem com um olhar caduco,
Passos reticentes...como se não quisesse chegar,
Como se caminhasse lento para não espantar meu silêncio,
Trazendo sonhos antigos que quase não lembrava mais.
Me faz sentar na beira da tarde (a noite quase já vem)
E fica ali comigo me mostrando sonhos de tanto tempo,
Quase sem cor, desbotados, incompletos, as vezes pedaços
De momentos que quase já não dizem nada...
Outras vezes, fragmento quase completos que me forçam
Um sorriso entre tímido e triste. Mas ainda há velhos sonhos
Que meus olhos riem chorando como se ainda guardassem
A cor, o gosto do momento em que foram sonhados.
Uma vez o tempo me trouxe um sonho cheio de lágrimas,
Eram tantas lágrimas que até meus olhos choraram...
Ficaram parados, olhando o tempo, que sem jeito,
Dizia: Pensava que esse sonho não fizesse mais doer tanto,
Mas culpa da saudade que não ficou calada, gritou
Bem alto para a alma que o sonho tinha o nome dela...
Aí então...coitado de mim...


José João
26/07/2.014



quinta-feira, 24 de julho de 2014

Essa dor poderia ser maior

Perdi meus passos para caminhar nos teus caminhos,
Me desfiz de mim, me vesti de ti...me entreguei...
Sonhei teus sonhos como se fossem meus, neles vivi,
Cheio, repleto de ti...mas sempre te querendo mais.
Me refiz em ti, te fiz meus versos...os mais perfeitos,
Pensamentos? Pra que pensar? Se tudo era você!
Desejos, momentos, vida...foste até minhas orações,
Te rezei, te bebi, me inundei com teu ser... te fiz eu
E me esqueci de mim,. te amei...tanto e tão tanto
Que perdi os medos, esqueci que o adeus existe,
Que as dores da perda doem na alma...esqueci tudo
Para, muito mais que ser teu, te fazer minha vida.
Te amei assim, cada dia mais, sem medo dos amanhãs.
Hoje, ouço apenas o eco do silêncio que deixaste,
O mudez das palavras que não dissemos, por falta de tempo,
Ou por serem poucas para nossos tão intensos momentos...
Hoje sinto falta de não te-las dito... não te-las ouvido...
Mas na verdade não reclamo dessa dor que sinto agora...
Vale a pena senti-la, dor maior seria ter te conhecido
E não ter te amado como... te amei.


José João
24/07/2.014









quarta-feira, 23 de julho de 2014

Talvez por ter te amado tanto

Não sei onde errei. Não sei. Ainda hoje o tempo 
Não me diz. Te falei com as palavras, com os olhos...
Esses então... quando te viam... gritavam risonhos
O que a alma lhes mandava dizer e eles diziam,
Se enchiam de brilho, e sorridentes sussurravam: Te amo.
Meu coração ficava repleto de ti, e ainda hoje, 
Apesar do tanto tempo, ainda pulsa confuso, sem saber
Se ainda diz: Te amo, ou se pulsa chorando essa saudade tua.
Te amei tanto que te rezei como oração...ah! como te amei!
Te amei como amam os anjos, que sabem calar na hora
Que se quer silêncio, sabem falar na hora que se quer ouvir,
Quiz ser pra ti a medida completa, nem ser muito...
Nem ser pouco, ser apenas o que querias que eu fosse.
Busquei meus sonhos, todos eles, e os dei a ti, sem reservas,
Fiz deles um história nossa, mas...cheia de ti.
Fiz dos teus momentos os meus momentos, te vivia
Como se fosse tu...minha própria vida. Como te amei!!
Não sei onde errei... mas desde aquele adeus...
Meu Deus! Tão dolorido que até hoje a alma chora...
Nunca mais pude me sentir, ou ser eu... outra vez.


José João
23/07/2.014


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Meus poemas...pedaços de mim

Acho que não sei escrever poemas bonitos...
A tristeza só se escreve com palavras tristes,
Cheias do que não se quer dizer, mas é preciso,
Meus poemas são cheios de mim, do que minha alma sente,
São cheios de lágrimas que choramos juntos, cheios de solidão,
Que nos abriga no colo como se tudo fosse vazio. 
Não sei dizer, nos poemas que choro, palavras bonitas,
Quem me ensinou escrever foram as dores de... perdas,
De adeus que nunca passaram, de saudades doídas
Que ficam guardadas na alma, cheias de sempre,
De sonhos que ficaram como páginas perdidas,
Empoeiradas, em pedaços rotos do tempo,
Fragmentos que se perdem na imensidão de lembranças
Mortas, cheias de amanhãs que nunca chegaram
E de ontens que nunca passaram, ficaram como dor,
Fazendo meus poemas trites e sem palavras bonitas.
Meus poemas pedem por favor ao passar entre sorrisos,
Entre os olhares que se encontram contando histórias
De amor. Meus poemas...não têm como serem bonitos...
São apenas pedaços de mim.


José João
21/07/2.014




sábado, 19 de julho de 2014

Te esquecer...seria uma injustiça do tempo

Acontece em mim um milagre... quando minha alma
Chama o teu nome. Meu coração dispara ao pulos,
Como criança brincando de pular nos jardins,
A saudade vem apressada, aos gritos mandando
Que os sonhos que sonhei contigo cheguem logo.
A felicidade enfeita os olhos, deixa-os brilhando,
Como fossem pedaços de prata, são lágrimas,
Que inocentes, refletem neles a alegria de te sentir,
Minha voz balbucia ternamente teu nome,
Misturado com pedaços de canções que nem sei mais,
Mas que gostavas de ouvir. Minhas mãos se alvoroçam,
Tremem como se pudessem tocar teu corpo, teu rosto,
Os lábios se enchem de desejos, carentes que estão
Dos teus beijos...fecho os olhos para te ver, 
Para te tocar com alma que dadivosa se entrega
Aos meus anseios da necessidade de ti.
Um milagre acontece em mim...quando minha alma
Te encontra entre as saudades, dentro de pensamentos
Que fazem cada momento vivido contigo uma eternidade,
Como se o tempo tivesse parado, para que a beleza
De nós dois não se perdesse no esquecimento...
Não seria justo...


José João
19/07/2.014

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Eu, repleto de ti.

Metade de mim sou eu, a outra metade é você,
Da minha metade, metade é saudade, lágrimas
Que, sem pudor, minha alma chorou por ti, 
E chora ainda. Sobrou apenas um pedaço de mim,
Mas repleto de ti. Tu ficas como se fosses tudo,
Tudo que posso ser, ou que me fazes ser.
Me invadiste, me tomaste de mim, te fizeste
Minha essência, e ainda que ausente, me completas.
Sou teu nos meus sonhos de todas as noites,
Sou teu no pensamento de todos os momentos,
Sou teu nos desejos ardentes que me invadem a alma.
Meus dias, como se fossem teus, a cada hora,
Chama teu nome nos verso que a brisa suave canta.
Nas noites, o silêncio cheio de saudade te chama,
Te chama baixinho, o coração dispara te sentindo
Dentro de mim, me contando histórias de nós dois.
Uma vontade de chorar me toma, me faz tremer,
Balbucio palavras reticentes, que nem eu entendo,
Mas minha alma diz que estou dizendo: Te amo

José João
17/07/2.014








Anjos existem

Eu acredito em anjos. Eles existem,
Amei um anjo que me ensinou a amar,
Não esse amor de todos, esse amor que faz dizer:
Te amo. Mas um amor que faz dizer: Sou teu,
Que fala com os olhos, que grita com a alma,
Que faz o corpo tremer em convulsões serenas,
Divinas, cheias de uma vontade diferente...
Onde sorrir e chorar se confundem na alegria.
Amei um anjo, desses anjos que nos põem no colo,
Afagam nossa alma, que sussurram baixinho, 
O que só ela pode ouvir. Um anjo que me permitiu
Guarda-lo sempre dentro de mim. Um anjo-mulher,
Que como milagre me fez acreditar em contos de fadas,
Na maravilha de viver sonhos coloridos, de mudar o tempo,
De se viver eternamente um segundo de felicidade.
Amei um anjo que talvez tenha se perdido
No caminho do céu, e me encontrou, me ensinou...
E se foi...mas ficando para sempre dentro de mim.
Os anjos existem. O meu anjo deve estar sorrindo,
Me acariciando com as brisas das manhãs, me mandando
Beijos cor do por-do-sol, de um horizonte distante
Onde só os anjos podem chegar e morar...
Me velando o sono nos raios de luar, meu anjo...


José João
17/07/2.014

terça-feira, 15 de julho de 2014

Um copiador de versos

...Me chamam poeta, dizem que sou poeta. Pobre de mim...
Eu? Poeta?! Rio-me as gargalhadas quando dizem.
As vezes chego a chorar de rir...Como posso ser poeta
Se não invento poesias? Se não conto histórias
Que nem aconteceram? Como posso ser poeta
Se conto apenas minhas verdades, exploro minhas lágrimas,
Choro rindo a dor que sinto, por medo de chorar chorando!
Eu? Poeta?! Não sei nem mentir nos versos...
As vezes finjo ser minha a dor que sinto...e choro sorrindo
Porque para chorar a minha dor não teria lágrimas.
Mas queria ser poeta, falar de lágrimas que não chorei,
De adeus que eu não disse, que foi alguém que viveu.
Como posso ser poeta se apenas conto minha história?
Desnudo sem pudor os meus momentos...
E apenas copio de minha alma o que ela sente?
Poeta imagina, cria, busca, inventa dores que nem existem,
Inventa sonhos, inventa até adeus para ter 
O prazer de chorar. Eu! Eu conto os adeus que ouvi,
As dores que ficaram. Sou um copiador de versos...
Copiador das dores que minha  alma sente.


José João
15/07/2.014

Queria escrever uma poesia de amor

Queria falar de amor, mas minha voz...minha voz
Se faz prantos chorados em soluços soltos,
Vindos da alma cheia de vazios e angustias vivas.
Queria escrever versos de amor, mas minhas mãos
Tremem num angustiante chorar, e em convulsões
Se entrelaçam, se fazem de apenas uma
Para em caricias, afagarem os olhos que choram,
Se consomem no derramar dos prantos,
Que como fontes, jorram pelo rosto que se faz de leito,
Sem margens, para que possam correr livres
E gritarem ao mundo esta tanta dor que se faz viva
E cativa de mim desde aquele adeus que até agora
Ouço em todos os momentos como grito do tempo.
Queria gritar, ao mundo até o infinito, coisas do amor,
Com palavras coloridas, alegres, risonhas, mas a voz...
Se perde desesperada dentro de um silêncio que cala
Até a alma que chora silenciosa uma oração
Como se fosse minha poesia de... amor


José João
15/07/2.014


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Saudade, muita saudade.

Quase sempre a vontade de chorar é do tamanho
Da saudade que sinto. É do tamanho do tempo,
É do tamanho da dor que me aflige a alma. 
Imagens do passado me vêm como se fossem de ontem,
Todos os momentos se fazem presentes, como sonhos
Que não se quer deixar de sonhar. As recordações
Chegam vivas, pulsantes, sussurrantes, falando apenas
Com o pensamento, no silêncio de uma vontade 
Que deixa até a alma confusa, chorando sem cerimônia,
Sem pudor de se desnudar ao tempo, e nua, molhada
Dos pranto que ela mesma chora por tanta...saudade,
Se deixa ficar como se cada lágrima fosse um pedaço
Das verdades vividas quando os momentos vividos
Se faziam mais prazerosos que o mais belo dos sonhos.
Hoje, apenas as imagens ficam presas dentro de mim,
Misturadas com angustias, saudade e lembranças,
Doces lembranças de nós dois, teu sorriso, tua voz,
As mãos dadas passeando em jardins, teu olhar...
Se encontrando com o meu, dizendo sorridentes,
O que nossas almas sentiam...Ah! Que saudade...saudade.
Ai! Dor!!!

José João
14/07/2.014

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Minhas... solidão e saudade

...Não fossem a solidão e a saudade a casa estaria
Vazia e eu sozinho. Não fossem a solidão e a saudade,
Meus versos não seriam versos, seriam apenas linhas
Sem forma, sem vida, não estariam brilhantes, molhados
Pelas lágrimas que correm de minha alma para os olhos,
Efusivas, cheias da vontade de se fazerem prantos
Contando minha história no silêncio de que preciso
Para ouvir meu coração chamar, baixinho, o teu nome.
A casa se faz repleta de tua invisível presença,
Que até ausência seria, não fosse te sentir dentro de mim,
Forte, gritando ao tempo que ainda és minha,
Enchendo meus pensamentos de ti e me fazendo sonhar
Outra vez com nós dois esquecendo que o impossível
Existe. A saudade parou o tempo, tudo ainda se faz
Vivo. Teus beijos, carícias, teu olhar dizendo inocente
De um amor que só tu sabias dar, me fazer teu,
Teu sorriso brincando de enfeitar teu rosto. Te vejo ainda.
Troco um olhar com a saudade e te encontro dentro dela,
A solidão se faz espaço para aninhar nó dois...e choro
Te buscando no tempo e te deixando dentro de mim.

José João
11/07/2.014



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Minhas lágrimas

Vem amor, te deita dentro dos meus sonhos
E deixa a noite ir-se. Ir embora buscando a madrugada,
Toda cheia de silêncio e de mistérios, e nós dois...
Nós dois dentro dela escondidos e tu dentro de minha alma
Como se me fosses sopro de vida, pedaço completo de mim
Que ficou  vivo, sem se importar com o adeus dito,
Um adeus que não nos dissemos...apenas aconteceu.
Vem amor, me aquece a vida, pulsa em meu peito,
Povoa os sonhos que vou sonhar, todos serão teus,
Encanta essa minha saudade cheia de ti, de nós,
Dos nossos momentos que se fizeram eternos em mim.
Ah! Amor, me protege dessa solidão que sempre vem,
Dolorosa se não sonho contigo, se não te sinto perto,
Dessa tristeza que deixa as horas se arrastarem lentas,
Perdidas no vazio de um coração que grita teu nome
Em canções desesperadas, chorosas, como tristes
Acordes de um violino se despedindo da primavera,
Que vai lentamente sem querer ir, sem dizer adeus
(assim como não nos dissemos) para os acordes do violino,
Que ficam chorando com... as minhas lágrimas


José João
07/07/2.014




quinta-feira, 3 de julho de 2014

Chorar...é respirar com a alma

As vezes chorar é preciso, é como se fosse respirar
Com a alma, é como se ela gritasse as dores que sente
Em cada lágrima que derrama, é por não ter voz,
Que com prantos a alma grita, e com eles,
Com os prantos, também reza orações que cria
Pelo desespero da tristeza, da angustia que chora
Quando um adeus faz doer... mais que qualquer dor.
As vezes também, chorar é sentar-se em silêncio,
Dentro da solidão, lembrando momentos que foram
Ao tempo mas a saudade insiste em deixa-los de ontem,
Vivos dentro da gente, como se fossem preciso
Para se viver. Ah! Chorar! É como um grito divino,
Que só uma alma amante, cheia de tantos momentos
Vividos, de tantas recordações, lembranças e sonhos
Pode ajoelhar-se no tempo e ao pranto se entregar,
Fazendo de cada lágrima a conta de um rosário,
Uma Ave Maria, fazendo-as subirem ao céu, como súplicas,
Como um pedido de perdão por se ter amado tanto.


José João
03/07/2.014