domingo, 30 de novembro de 2014

O pranto de todas as horas

Tão grande foi a solidão do dia que até a tristeza
Se derreteu em prantos, chorando com meus olhos,
Tudo se fazia lento como se não quisesse passar,
A brisa se escondia entre o vazio e o calor da tarde
Que em soluços esperava a noite que não queria chegar.
O por do sol, num sorriso triste, como se não quisesse sorrir,
Como se não quisesse ser belo, ficava lá longe, no horizonte,
Entre nuvens desbotadas, tímido, como que envergonhado
De não ser o por do sol de sempre, de todas as tardes,
Com a mesma beleza dos outros dias, quando ainda não havia 
Ouvido o adeus que ouvi, sem dizer nada... só ouvir e chorar.
Os pássaros, em raros trinados, como se não fosse gorjeio,
Mas parecido com um chorar em desencontrada sinfonia,
Pareciam embalar os sonhos que me insistiam em ficar.
Tudo ficou parado, vazio, perdido, eu acho,dentro de mim,
Não me lembro de ter chorado, as vezes a dor é tão grande
Que chorar nem vale a pena, é melhor esconder-se
Dentro do silêncio e deixar o tempo fazer-se senhor...
O tempo! Que agora se fazia  lento, como se cada hora
Tivesse que esperar um dia para se fazer passado...
Porque até elas se derramavam em prantos.


José João
30/11/2.014


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