quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Parece que o tempo não passou

Hoje, entre tristezas e saudade te busquei,
Em pensamentos, em sonhos, nas lembranças
Que não se apagarão nunca, ficarão sempre
Dentro de mim como se fossem preciso, para viver,
Te-las sempre guardadas na alma que te chama aos gritos.
Te busquei nos meus momentos mais intensos,
E uma saudade dolorida, cheia de lágrimas e carências
Me tomou o corpo em convulsões, a alma em prantos
E só teu nome saía em murmúrios reticentes,
Como se fosse pecado grita-lo ao mundo.
Caminhei pelas estradas que um dia foram nossas,
Passo  a passo na direção de um horizonte que não existe mais,
Desde que foste perdeu a cor, as nuvens ficaram cinzas,
Como se quisessem chorar ou escondendo uma dor,
Que, por piedade, não queriam mais que eu sentisse.
O vento cantava em meus ouvidos canções tristes,
Cheias de melancolia, de notas incompletas,
De acordes que pareciam lágrimas a derramarem-se
Ao mundo a tua procura, assim como meus olhos,
Que te buscavam em vão por entre a saudade e ...
A solidão que tua ausência deixou.


José João
29/10/2.014






terça-feira, 21 de outubro de 2014

Tua saudade e eu

Meus olhos te buscavam na distância, espremiam a estrada,
Procurando passos, procurando marcas. Nas margens,
As flores se dobravam tristes para não sentirem meu olhar,
Sabiam não ser pra elas. A distância se fazia sempre mais,
O horizonte se pintava com nuvens diferentes,
Como se quisessem enfeitar meus olhos, perdidos, tristes,
Cansados de  te buscarem em qualquer nuvem passageira.
Minha alma te buscou entre seus guardados, em sonhos,
Em noites perfumadas de ti (loucuras da lembrança),
A saudade ia e vinha entre as horas, entre os silêncios,
Ora o silêncio da ausência, ora o silêncio do pensamento,
As vezes se revezavam, outras vezes eram só um,
Mas sempre deixando um vazio como se tudo
Fosse tão pouco, ou tão nada. Até a noite se fazia pequena
Para tanta solidão, só não para aquela dor angustiante
Que não passa, que fica dentro da gente, sufocando,
Gritando, nomes, lembrando momentos, palavras,
Até olhares que se faziam risos alegres dos olhos.
E eles  te buscavam até dentro do escuro da noite,
Mas quem te via era minha alma, e eu... eu apenas
Chorava


José João
21/10/2.014




quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A mudez do pensamento

Pensamentos, sonhos, ilusões. Tudo vagam por aí,
Vão por entre os desesperos, angustias e tristezas,
Brincam com o tempo, voltam, lá atrás,
Quando os pensamentos eram verdes, os sonhos,
Coloridos e as ilusões se faziam verdades, 
Eram apenas sonhos possíveis que se faziam de ilusão.
Hoje meus sonhos se fizeram vazios, pedaços áridos
De mim. Os pensamentos se perderam nos tantos adeus,
Ficaram silenciosos, moribundos com preguiça de pensar.
As ilusões, antes sonhos possíveis, se fizeram ilusões
Verdadeiras, dessas que não acontecem nunca,
Se perpetuam na alma fazendo a tristeza perene
E a alma submissa à vontade de chorar sempre,
Como se tudo em sua volta fosse feito de pranto.
Sem sonhos e sem ilusões, a vida se faz tão pouca,
Que tudo se resume em apenas viver, viver apenas,
Respirar pela obrigação de respirar, apenas isso.
Nem falar não precisa, é tanto o vazio
Que até o pensamento se fez mudo por tão demente.


José João
16/10/2.014



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O anjo que sonhei

Hoje tive um sonho, desses sonhos que se sonha
Quando a solidão nos abraça, quando a carência
Nos afaga sorrindo, lembrando ausências doloridas
E trazendo saudades que não passaram ainda.
No sonho, que nem sei se sonhei, ou vivi,
Havia um anjo, desses que não se sabe de onde vem
Mas chega, entra sem licença em nosso coração,
Brinca com a alma triste de tão carente, se acomoda
Facilmente como se sempre nela estivesse,
Sonhei, um desses sonhos de quando se está só,
Desses que trazem divas, divinas presenças angelicais,
Vestidas de esperança, povoam os sonhos, pensamentos,
Despertam anseios, vontades, fazem até a alma
Cantar canções novas criadas pela vontade
De se feliz. De repente, o sonho se faz um sopro de tempo,
O anjo que habitou a alma (por tão pouco tempo) se vai,
Sorrateiro, entre as palavras mal entendidas..
O coração, que pulsava alegre, se enche de prantos,
A alma se faz em lágrimas. Solidão e carência sorriem,
Quando o anjo que chega sem se saber de onde vem,
Vai sem se saber pra onde vai. Mas sabe-se o que deixa...
E outra vez a saudade a se faz dor,

José João
15/10/2.014


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Essa dor que tua falta me faz

Meus olhos choram desesperados à tua procura,
Te buscam na distância misteriosa que nos separa,
Só distância, sem caminhos, sem rastros...
Só a saudade que vai por estradas sem chão,
Vai de sonho em sonho, vai em cada momento
Distante, que o esquecimento deixou ficar, para te buscar,
E neles, tu vens como imagem perpetuada na alma,
Desenhada em pedaços de mim onde sempre estarás.
Tua ausência povoa minha meus dias, todos eles,
Também as noites, onde busco em silenciosas orações
Confortar a alma cheia de solidão e carência
Pela falta de ti. Tudo se fez vazio, sem cor e sem forma,
Até as palavras se deformam, os soluços se contorcem
Entre gritar e chorar, balbucio teu nome como reza,
Que vai solto ao tempo como  fosse um grito do coração,
Um grito sofrido, cheio de pranto, dizendo: Te amo
Mas essa distância misteriosa que nos separa,
Acho, não te deixa ouvir. Então paro no tempo,
Deito dentro da tristeza, me afago com tuas lembranças,
E choro... essa dor que tua falta me faz.


José João
13/10/2.014

sábado, 11 de outubro de 2014

Minha incoerente saudade

Minha saudade voa leve, brisa solta a te buscar
Por entre os sonhos, pensamentos e anseios,
Caminhando por horizontes, por entre o vício de amar-te,
Como se para viver nada mais fosse preciso.
As vezes tímida, chorosa, como se tivesse morrido
A esperança de te encontrar. Outras vezes efusiva,
Como se te sentisse perto, ou soubesse onde estás.
Por vezes se abraça com a alma, sonham juntas,
Caminham juntas entre abraços e lágrimas...e vão
Na ansiedade dolorida de um vagar ao tempo... 
Que se arrasta lento, devagar, como se a pressa
De te encontrar não fosse tanta, não fizesse viver.
Dias, noites, por do sol, madrugadas, por todos eles
Ela caminha, dá voltas e volteios como bruma leve,
A sentir-se perdida entre caminhos sem chão,
As vezes como pranto, outras apenas como saudade
Que fazem os olhos buscarem lágrimas, o peito arfar
Buscando um soluço que insiste em se fazer dor.
Ah! Essa minha saudade que onde quer que eu vá
Ela está ali... incoerente...enchendo tua ausência de ti.


José João
10/10/2.014





terça-feira, 7 de outubro de 2014

Muito além da razão

Hoje a saudade é tanta que minha voz cala,
Meus olhos não choram, ficam abertos, secos,
Olhando desesperados o horizonte, como se pudesse
Dele vir um pedaço do passado, uma sombra de ti,
Que se fizesse, pelo menos, um fragmento de esperança
Para acalmar os anseios da alma. Hoje a saudade
Se fez muito, não se fez lágrimas, mas se fez melodia
Sem palavras, só acordes tristes, cheios de vazios,
Se fez poesia sem versos escritos, só sentidos,
Passou por sobre sonhos, por sobre o tempo,
Brincou de se fazer solidão, de se fazer angustia,
Se fez até vida e respirou comigo as dores da alma.
Hoje a saudade não se escreveu como saudade,
Mas como dor, essa dor que não passa, que fica
Dentro da gente como marcas profundas,
Cicatrizes mal saradas para que  não se esqueça
Que um adeus, uma ausência, sempre ficam
E se fazem de eternidade, quando o que se sentiu
Vai muito além de nós, muito além da razão.
Muito além de tudo.


José João
07/10/2.014


Ainda és o que mais preciso

Hoje a brisa cantava alegre chamando teu nome,
As vezes como um leve sussurro, só eu ouvia,
Outras, como suspiros, como se até ela sentisse
Saudade. Algumas vezes até pensei ouvir
Tímidos soluços. Tua ausência deixou minha alma
Mergulhada em uma demência, que parece loucura
E me faz até ouvir o silêncio, falando baixinho,
Segredos que te contei, ou segredos de nós dois.
Hoje não troco olhares com minha alma,
Nem conto mais, para o coração, coisas nossas.
Sinto-me envergonhado pela dor que sentem,
Por te-los feito te amar tanto, te-los feito te viver
Tão intensamente dentro de nós, que ainda hoje
Cada um só sabe dizer. Te amo. Cada um só sabe
Sentir saudade e gritar desesperos. É culpa minha...
Mas se não tivesses existido, como seria minha vida?
Os momentos juntos se fizeram sonhos divinos...
Até fizeram viver, melhor que sonhar...e agora
Que seria de mim sem essa saudade tua?
Que coração e alma me perdoem...mas eras preciso.

José João
07/10/2.014

sábado, 4 de outubro de 2014

Corações vazios não choram

Ah! Que inveja dos corações vazios!
Desses corações com gosto de pedra,
Corações que não amam, não sentem,
Corações que não choram, vivem apenas,
Mas sem medo dos amanhãs, sem medo de adeus,
Tanto faz, não sentem mesmo. Não temem a noite,
Nem a solidão que com ela vem, não ouvem o silêncio
Que afoga as palavras nas orações que pedem
Clemência pela tanto dor de uma saudade
Que a ausência deixa ficar nos pensamentos perdidos,
Esses corações vazios, que zombam da dor alheia
Por nunca sentirem dor de perdas nem angustias, 
Dessas que sufocam o coração de quem amou ou ama,
De quem se perde em sonhos distantes na vã tentativa
De conseguir um sorriso que se faça, pelo menos,
Entre um quase chorar e um quase sorrir,
Numa confusão de sentimentos que tomam os sentidos
E faz que a alma grita, aos prantos, pedindo um pouco 
De qualquer coisa que lhe faça saber que a ternura
Existe. Ah! Esses corações vazios! Cheios de nada.
Vazios de tudo que lhes possa fazer chorar...
Até mesmo sem histórias que falem de saudades,
De que vale contar histórias que só lembram ...
O que agora se faz tristeza?

José João
04/10/2.014


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Minha alma é triste...

Minha alma é triste e nasceu chorando
Como flor perdida levada ao mar
Mesmo aos prantos segue contando
Sua triste história em infeliz cantar

Minha alma chora em preces vãs
Em ladainhas que ao tempo vão
No vento frio das doces manhãs
Faz que meu pranto seja oração

Minha alma é triste, ave que ficou
Separada do bando que longe vai
Por cansaço sobre a onda ela pousou

Agora chora porque sozinha está
Com o bando voa seu pensamento
Como minha alma te busca ao tempo

José João
03/10/2.014








quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Agora sei onde te encontrar

Amor! Amor! Onde estás que minha alma sai louca
À tua procura, meus versos, gritam, choram, soluçam
Desesperados o teu nome. Cada verso que escrevo
É um pedaço de mim te buscando ao tempo, em insano
Buscar. Cada poesia que faço é um pedaço completo de ti
Me acariciando a alma, me embalando os sonhos antigos,
Por que sonhos novos, já não os vou  mais sonhar.
Desesperados, os poemas que escrevo rimam teu nome
Com saudade, as palavras se perdem nos versos,
Trocam as letras, não fazem sentido. Pára solidão...
Pára de doer. Se grito assim, o verso diz: Para a solidão
Doer. Se digo: Como queria derramar meus cantos
Dentro de minha... A poesia diz: Como queria derramar
Meus prantos dentro de minha alma...Parecem versos
Loucos, e são... não seriam, não fosse essa falta de ti.
Não vou mais perguntar onde estás...te procurar...
É melhor te deixar comodamente dentro de mim...
E te buscar quando sentir saudade, ela mesma,
A saudade, vai te trazer sempre quando eu precisar
Sorrir, mesmo um sorriso triste, cheio de lágrimas...
Mas não importa desde que nele tu estejas.

José João
01/10/2.014




A poesia que não pude escrever

Parece que as palavras me abandonaram, fugiram,
Foram falar de outros sonhos, talvez de alegrias
Que vão por aí precisando se fazerem poesias,
Em mim, elas se fazem lágrimas, se molham em prantos,
Ficam presas em versos cheios de tristeza, de solidão...
Falando de adeus, de saudades, chorando nos versos
Cansados que minha alma sozinha declama ao tempo.
Por isso as palavras se foram, entre tropeços e empurrões
Pela pressa de irem, assim me ficaram os suspiros, os ais,
Como se fossem palavras inteiras a se fazerem adivinhar
O que dizem, soluços como se quisessem gritar
O que lá dentro de mim me sufoca, me angustia, me cala.
Me ficaram, no vazio da falta de palavras, as exclamações,
Que querem dizer: Chorando outra vez!! E interrogações
Que perguntam: Porquê? E sem palavras, me calo,
A alma emudece. O silêncio...que se faz tão intenso, 
Tanto, que ouço meu pensamento chorando baixinho
O que as palavras se recusam falar. 
Assim, não consigo escrever uma poesia (que triste!)
Posso apenas contar o que sinto (que tristeza!)


José João
01/10/2.014