quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O fingidor


Minha alma. O que será que aprendeu com a dor que sinto?
Será que aprendeu a fingir? Assim como eu. Um  fingidor
Que finjo ser minha a  dor que não sinto e com ela até choro
Que finjo sorrir com a dor que a vida deitou em meu colo?

Eu! Até finjo ser meu o eco de um riso que o tempo guardou
Finjo que são minhas as canções que se ouve falando de amor
Finjo que são minhas as ternas palavras que ninguém nunca diz
Sou tão bom fingidor! Finjo a mim mesmo que ainda sou feliz


Sou até palhaço, brinco de fazer da vida o picadeiro de um circo
Finjo escrever versos, digo até serem poesias as poesias que faço
Que versos incompletos, de minha vida, são seus tantos pedaços

Finjo chorar, e  nos olhos esculpo o mais perfeito dos prantos
Grito alto, com a voz alegre, mas é o mais completo fingimento
Finjo alegre o meu canto,  mas na verdade nem sei o que canto.


José João
16/01/2.013





2 comentários:

  1. Profundamente belo.

    John

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  2. Jaum,

    Fingidamente sinceros são estes teus versos. É nesta arte de fingidor que juntamos ou espalhamos nossos pedaços.
    Pois é,
    Alice.

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