quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A eternidade de uma hora.


Quebrou-se a ampulheta, a areia espalhou-se, rápida
O tempo correu depressa, mas sobre a mesa parou
Quando a areia se acomodou e o tempo se fez nada
O pranto ficou parado no rosto sem ter hora marcada

Tudo ficou em silêncio, mudo, apenas um  grão de areia,
Pendurado num pedaço de vidro da ampulheta quebrada,
Pedia para marcar o tempo, dizia até se fazer de eterno,
E o sonho se fazia estrada correndo na noite acordada

E perdida, uma alma também em silêncio, sozinha rezava
E o grão de areia marcava o tempo, como um relógio parado
Em que apenas aquela hora, é sempre em todas as horas

Quando o tempo em qualquer hora se faz eterno pela dor
Que dura sempre, sem que se queira, mas que nunca  vai
A solidão se faz saudade nos olhos em que o pranto cai


José João
23/08/2.012




Um comentário:

  1. Querido José João . Belíssimas palavras e de profunda verdade . Parabéns...Com um abraço Pedro Pugliese

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