domingo, 3 de junho de 2012

Uma história de amor


Cai do sol uma lágrima sobre a face de uma flor
Compadecido de tão triste e mortal queixume
E a face rubra da flor pelo cruel ardor do estio
De uma lágrima, a ela, faz o sol caldar um belo rio

E a ele, que dizem, tão cruel, tão inclemente
À flor cedeu seu pranto alegre e gentilmente
E como inocente, a flor, ao sol  promete
Deixa-lo perfumado, sempre... eternamente

Vem a lua, e o luar, à flor maldoso acaricia
E seu  orvalho a ela entrega  com harmonia
Com um canto a pobre flor o luar a alicia
Assim esquece a flor a promessa do outro dia

O sol aqueceu a flor que agora se entrega toda
Ao luar misterioso, boêmio inveterado e fascinante
Assim, a flor, embevecida do luar se fez amante
Que é de agora o sol com seu sonho delirante?

Triste sol que fingindo sorrir engana todos
Não a mim, por termos uma história muito igual
As vezes uma inocente flor do campo, flor do prado
Se mostra um anjo, embora sendo um anjo do mal

Úmida a flor pelo orvalho deixado pela aurora
Abre o olhos em tímido e preguiçoso despertar
Pálida pelo intenso frio que agora lhe abraçava
Em sutil gemido a flor de se pôs a chorar.

Uma borboleta ao ouvir tão triste e doloroso pranto
Pergunta: Bela flor porquê tão triste estás chorando?
Olha o sol que alegre vem no horizonte surgindo.
E os pássaros que inquietos já despertaram sorrindo!

Continua a borboleta:
Choras pelo frio desse gelado orvalho da manhã?
Querida flor logo, logo o sol sorridente te aquecerá
Deixa que a brisa doce ti balance terna e lentamente
A brisa e sol ti aquecerão e esse orvalho logo secará

-Ah! Borboleta quem dera fosse esse meu pesar
Choro pela dor de um tão doloroso e triste desprezar
Ontem uma lágrima troquei por um momento, um sonhar
Hoje, o que não daria para essa lágrima me molhar!?

Tanto era ontem o sofrimento e só agora é que eu vejo
Não existe impossível para quem sabe o que é o amor
Tão meu amante sem nada pedir o sol se fez num outro dia
Que do fogo, tirou um lágrima, e docemente me ofertou

Mas um raio de luar elegante, galante e muito belo
Malicioso de mim se aproximou e me beijou
Tão carinhoso foi o beijo que pensei amor eterno
Mas se foi na madrugada e tão sozinha me deixou

Meu pesar, borboleta, é que somente agora percebi
Que o sol outra vez, parece, me olhou tão ternamente
Que até pensei em ganhar dele um outro terno sorriso
Mas de terno nada vi o sol me olhou indiferente

Acho que não, diz a borboleta volteando alegremente
Pelo que vejo o sol ti olha com olhar cheio de inocência
Na verdade só tu é quem vê esse olhar de indiferença
Mas por tua culpa é a tua própria consciência

Mas o sol, à flor, deu seu sorriso mais belo e mais alegre
E com carinho lhe diz: Que bom outra vez aqui te encontrar
Vês guardei a mais bela lágrima que fiz para te dar...
E a flor, baixando os olhos, tremendo, pôs-se a chorar


José João
03/06/2.012





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