domingo, 24 de junho de 2012
Lá onde você se esconde.
Ontem cantei com a alma a canção que tu cantavas
Até meus olhos, tristes e cansados, cantaram comigo
Num jorrar silencioso de lágrimas sobre meu rosto
Que dele fizeram caminho, fizeram estrada e até abrigo
Ouvi o lento farfalhar das folhas como se fosse musica
Numa sinfonia, sem maestros, de notas desconhecidas
Que por vezes parecia canto, outras oração, melodia
Que só alma por tanta carência sabia ouvir e traduzia
O vento, as vezes fazia coro, cantava como um gemido
Sem se importar com o canto, só queria chorar comigo
Até me envolvia em tênue abraço se fazendo meu amigo
Ao som da sinfonia em que a alma se entregava tanto
Sonhos se faziam vivos, corriam, voavam não sei pra onde
Lá onde minha voz não chega, lá onde você se esconde.
José João
23/06/2.012
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