domingo, 3 de junho de 2012
Alma carente
Me dizem triste e que já não me cuido
Que meu olhar se perde no vazio de mim
Que até meus passos tropeçam a esmo
Num caminho morto que chegou ao fim
Já não me chamam em triviais conversas
Como se os pusesse em solene luto
Meus passos bêbados me levam ao nada
Ou ao chão caído com a alma desemparada
Que álcool forte que ávido sorvi do tempo
Em taças frias, bordadas de cruéis tormentos
Em que a vida, ansiosa me procura arrego
Em prantos frios chorados em sutis lamentos
Em mar profundo de solidão sempre constante,
A alma, em agonia, grita a forte dor de que padece
Mas ninguém escuta nem o eco de tão triste apelo
Que apenas diz que de amor ela, coitada, carece.
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