sexta-feira, 11 de maio de 2012
O náufrago
Pobre náufrago...
Levado ao sabor do nada,
Sozinho, no conflito de ir ou voltar
Perdido na nevoa angustiante do não saber.
Pobre náufrago... passageiro da tormenta
Entre duas forças que lhe oprime,
Lhe cansando o corpo e angustiando a alma.
De um lado o mar revolto lhe sugando a força,
Do outro, um vento frio que lhe corta o corpo.
Então se deixa flutuar... está perdido,
Não tem caminhos, não tem rastros,
Que lhes façam ir ou voltar, é melhor deixar
Que o vento e o mar dele se esqueçam
Por não saber se entre os dois
Haverá um vencido... haverá um vencedor.
Assim vai o náufrago sem saber pra onde
Quem sabe no horizonte encontre um porto
Que seque seu corpo e acaricie sua alma
Enquanto o vento e o mar disputam entre si
Aquele pedacinho de sol, que o náufrago.
Coitado, um dia sonhou possuir.
José João
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