quarta-feira, 2 de maio de 2012

Minhas lágrimas


Minhas lágrimas me envergonham tanto
E só não fazem mais por que algumas vezes
Elas caem pra dentro de mim.
Minhas lágrimas são fáceis,
Bem mais que aquela prostituta
"Que se troca por um sonho de valsa
Ou um corte de cetim". Elas não precisam
De tanto, para se entregarem ao mundo.
A elas basta um sonho, até mesmo um sonho
Que poderia vir só amanhã...
Minhas lágrimas até  pela saudade de um adeus,
Um adeus que pode não acontecer. São fáceis,
Estão ficando até vulgares, antes escolhiam
A dor, a saudade que queriam chorar
E mandavam os soluços me avisar
Me preparavam para poderem sair
Belas, brilhantes, tristes, caudalosas no meu rosto
Sempre juntas como se fossem uma só
Como se quisessem um comprimento
Para medir o meu sofrer,
Hoje, tão fáceis, não saem mais juntas
Parece que disputam entre si a primeira que vem,
Entretanto, acho que as entendo, talvez
Elas queiram sair logo para terminar com elas mesmas,
Como se quisessem me deixar vazio delas,
Pensam que sem elas pra me fazerem chorar
Eu não sofra mais. Minhas pobres lágrimas!
Assim elas se transformaram em inocentes prostituas
Sem saber que nunca se acabarão em mim


José João

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